Este blog tem o objetivo de registrar o processo criativo da cena "A dor de Menelau" que terá como estímulo para a sua elaboração a "Ilíada" de Homero.
O processo criativo e a metodologia de trabalho estão vinculados à Disciplina Tópicos Especiais em Artes Cênicas III - "Processos Criativos 2014", do departamento de Pós-Graduação do Instituto de Artes da Universidade de Brasília.
Sobre a proposta de criação da cena "A dor de Menelau":
Primeiramente, resolvi focar na questão da dor de Menealau gerada pela perda de Helena. Homero distribui em 24 cânticos, num poema épico de 15 mil versos, os resultados e consequências dessa perda de Menelau, ou seja, a sedução e rapto de Helena realizado por Páris.
Contudo, preferi, intuitivamente, trabalhar com o que eu poderia considerar como a força motriz desse impulso de Menelau, o que motiva ele a guerrear para resgatar a amada de volta para o seu lar. Sem questionar se Menelau está mais preocupado com a imagem dele diante de seus súditos ou monarcas. Se foi uma questão do ego ou vingança.
Intuitivamente e, acreditando nesse caminho escolhido, procurarei colocar Menelau numa situação de extremo envolvimento emocional para realçar esse momento em que recebe a notícia do "rapto" ou "fuga" de sua amada com Páris.
Para tal, irei interpretar Menelau e colocarei a personagem isolada de outros personagens para que esta situação delicada possa ser executada sem por menores. Contudo, colocarei ao fundo, enquanto Menelau lê a mensagem sobre o "rapto", imagens de Helena sendo carregada por Páris. Acredito que a justaposição dessas imagens projetadas ao fundo e dentro do espaço cênico, e ainda as imagens produzidas pela personagem Menelau, produzirão no espectador o entendimento completo da situação, identificação e, no fim, o riso.
Decidi trabalhar com essas duas mídias: teatro e vídeo editado. Por enquanto, essa será a abertura desse processo criativo. Aguardem maiores informações...
O amor nos torna maus, isso é um fato certo. Mas que tipo de amor era, exatamente? O amor-Paixão? ... (BECKETT, 2004, Meu primeiro amor).